Notícias pelo Brasil - Agentes Comunitários de Saúde ameaçam entrar em greve nesta quarta-feira no Distrito Federal
Mais de 150 agentes comunitários de saúde do Distrito Federal estiveram em frente a Secretária de Saúde, no anexo do Palácio do Buriti, a espera do encontro entre o secretário Augusto Carvalho e o presidente do Sindicato, Wanderman Valério Martins, para ouvirem a proposta de reajuste e decidirem se vão entrar em greve.
De acordo com Wanderman, a categoria pede ao governo a equiparação salarial com os demais trabalhadores estatutários do GDF, extensão da licença maternidade para 180 dias, pois hoje contam com apenas 120 dias e que o governo faça a alteração da tabela salarial que está desatualizada desde 2008.
Caso não haja acordo com o governo, os agentes vão entrar em greve. “Há um mês já reduzimos as visitas domiciliares de 25 para três. Além disso, já está parado o trabalho de captura de cães, detecção de leishmaniose e não haverá também a vacinação anti-rábica nas áreas rurais se a situação permanecer”, afirma Wanderman. O cadastro do bolsa família feito pelos agentes também não está sendo feito.
“Para eles, nosso serviço virou mão de obra barata. Eles não tem gasto nenhum com a gente”, disse a agente Antônia Lúcia, que participa da manifestação. A agente disse ainda que estão recebendo ameaças de redução salarial. “Dizem que quem recebe o auxilio alimentação, como é meu caso, terá que passar a receber no nosso cartão (de benefícios). Isso vai reduzir nosso salário, pois não são todos os lugares que aceitam o cartão”, diz.
Os agentes vão aguardar até às 18h, quando o presidente do sindicato se reúne com o secretario de saúde. “Nós podemos parar o trânsito ou até mesmo invadir a sala do secretario como fizemos em outra paralisação para garantir nossos direitos”, afirma o presidente.
Condições de trabalho
Além do aumento salarial, os agentes também reinvidicam melhores condições de trabalho. Segundo presidente do sindicato, faltam materiais básicos para o trabalho. “Raticidas, carrocinhas de cachorro, reagentes para a detecção de leishmaniose e carros para o transporte”, esclarece. Além disso, há a falta de profissionais. “Precisaríamos de pelo menos mil novos concursados para suprir a necessidade”, diz.